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Empreendedorismo ganha força entre as mulheres e dá espaço para novas marcas

  • Foto do escritor: alexiachlamtac
    alexiachlamtac
  • 4 de dez. de 2018
  • 3 min de leitura


Isabel Braga, da BoBAGS / Foto: Divulgação

Em 14 anos, o número de pequenas e micro empresárias brasileiras cresceu 34%, de acordo com dados do SEBRAE de 2017. O principal motivo apresentado pelo levantamento é a busca por autonomia financeira. Cada vez mais mulheres têm se arriscado no empreendedorismo e, apesar do caminho não ser fácil, surgem novidades criativas como a BoBAGS, plataforma de aluguel e venda de bolsas de luxo fundada por Isabel Braga em 2014.


A empresária acredita que o empreendedorismo feminino é ainda mais difícil “por pouca representatividade, poucos investidores, pouca cultura”, diz ela. Porém, ressalta que “estudos recentes mostram que as empresas lideradas por mulheres performam melhor. Mulheres têm empatia, são eficientes e lideram com profissionalismo e delicadeza ao mesmo tempo”.

Para Celina Hissa, fundadora da marca de bolsas de tricô Catarina Mina, o empreendedorismo é ponte para o empoderamento e a independência feminina. Ela diz que “começar a ver mulheres em cargos de liderança é muito importante para uma sociedade mais justa e com menos diferença de gênero. Só em ter alguém representando o seu gênero como líder, já faz as mulheres se inspirarem e entenderem, que esses lugares podem ser ocupados”. De acordo com dados do programa Itaú Mulher Empreendedora, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial pode aumentar em US$12 trilhões até 2020 caso a equidade de gênero seja alcançada.



Além dos pontos levantados por Celina, Isabel destaca que a internet é importante plataforma para empreender e funciona ”mais como uma mídia positiva para as mulheres se encontrarem, trocarem e, quem quer começar, se inspirar”. A empresária questiona-se e acredita que talvez tivesse “se aceitado” empreendedora mais cedo, caso tivesse mais acesso à informação e cultura de empreendedorismo quando começou.

Vendo o crescimento de empresas como AirBnb e Uber, que trabalham com o conceito de economia compartilhada, Bel via que estava fazendo o mesmo e precisava levar a empresa adiante. Tendo o apoio do marido, o casal passou uma temporada de um ano e meio no Vale do Silício, berço do empreendedorismo na Califórnia, em busca de conhecimento e das competências que a tornariam empreendedora. De volta ao Brasil, era hora de transformar o sonho em negócio.


A empresária destaca que “os desafios realmente são enormes: difícil até ganhar escala, tem que ter escala, tem que ser grande no Brasil - a não ser que você não dependa financeiramente ou não tenha objetivos de ganhar dinheiro, tenha outra fonte de sustento”. Além disso, ela conta: “não posso me dar ‘ao luxo’ de não aprender com meus erros, de não remediar os problemas, de não conversar e alinhar a comunicação sempre com todos aos meus redor. Não pode ter preguiça, não pode ter problema pequeno que não é tratado”.


A cearense Celina faz coro e diz que as dificuldades são ainda maiores quando se está na categoria de pequena empresa e “de alguma forma compete com grandes empresas, sem ter os mesmos recursos, sem ter os mesmos relacionamentos e sem ter o mesmo acesso”. Entretanto, ela ressalta que “a quantidade cada vez maior de pequenas empresas, de novos designers, isso é muito importante para uma rede mais horizontal e consequentemente mais justa”. Márcia Kemp, fundadora da Nannacay, marca de bolsas de palha, largou a carreira reconhecida no mundo corporativo para empreender e diz que é necessário muita “paciência e muita persistência. No mundo corporativo, você segue regras e objetivos traçados para você. No empreendedorismo, você traça suas próprias metas”.



De acordo com uma reportagem publicada na Forbes, em outubro deste ano, quando mulheres apresentam seus negócios a investidores em busca de capital, elas recebem significativamente menos do que homens. A reportagem revela ainda que um relatório elaborado pela MassChallenge, aceleradora de startups, mostra que as empresas iniciadas por mulheres tiveram resultados financeiros melhores do que as empresas fundadas por homens, gerando, em média, 10% a mais de receita acumulada. Além disso, são empresas que começam com menor capital.


A fundadora da Catarina Mina acredita que além do preconceito do mercado investidor, “está se construindo um novo olhar e um movimento muito forte de mulheres para com mulheres, de mulheres que querem investir apenas em mulheres, de mulheres que entendem o lugar das mulheres como boas pagadoras”. Para ela, é importante “começar a, de alguma forma, criar uma rede paralela que compense uma hegemonia e consiga criar representação dessas mulheres para que a gente desconstrua esse preconceito, que de alguma forma é cultural”.

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